quarta-feira, 15 de julho de 2015

A EVOLUÇÃO DO HOMEM, O PENSADOR

  

Esta é a quarta da série de palestras que tivemos este mês e talvez, graças a elas, tenhamos conseguido obter uma ideia de um dos princípios fundamentais em que se baseia a evolução e que podemos ver atuando no sistema solar.
 
 
Recapitulemos brevemente, a fim de que possamos estudar nosso assunto de hoje com certas ideias claramente formuladas. Vimos que nossa interpretação dos processos da natureza necessita de um conceito tríplice, que diz respeito ao aspecto vida, ao aspecto substância e à sua íntima inter-relação, através da faculdade da inteligência que se manifesta como consciência de algum tipo. Esta inter-relação produzirá, finalmente, a expressão aperfeiçoada (por intermédio da matéria) do objetivo consciente de alguma entidade manifestada. Estou procurando dar ênfase ao fato de que o objetivo do meu empenho é apresentar uma hipótese e uma sugestão que possam ter dentro de si o germe de uma possível verdade e que parece para alguns de nós a melhor maneira de explicar o mistério do universo. Vimos que as três partes do grande todo são o Espírito, ou Vida, que se manifesta através de um segundo fator a que chamamos de substância, ou matéria, e que utiliza um terceiro fator, ao qual damos o nome de inteligência. Na síntese gradual destes três aspectos componentes da divindade podemos ver a evolução da consciência.
 
 
A seguir, chegamos a uma discussão mais técnica do assunto da própria susbtância, ocupando-nos, não com as substâncias diferenciadas, ou elementos, mas com o conceito de uma substância primordial e procurando voltar até onde for possível àquilo que Sir William Crookes chamou de "protil", ou o que permanece por trás do tangível, ou objetivo. Estudamos o átomo e descobrimos que sua definição mais recente é a que ele, na realidade, é uma unidade de força ou energia consistindo de uma carga elétrica positiva energisando uma quantidade de partículas negativas. Ficou claro que o minúsculo átomo do químico e do físico era um sistema solar em si mesmo, com a mesma conformação geral do sistema maior, apresentando uma atividade semelhante e governado por leis análogas. Descobrimos que ele possuía um sol central e que, ao redor deste sol central, buscando suas órbitas definidas, podiam ser vistos os elétrons. Registramos, também, o fato de que os elementos diferem somente em relação ao número e posição destes eléctrons girando ao redor da carga central positiva. Daí passamos a considerar a alma, ou a psique, do átomo, e descobrimos que os cientistas reconhecem a verdade que os próprios átomos possuem qualidade, apresentam sintomas de mente ou inteligência e podem discriminar, selecionar e escolher.
 
 
Passamos então a tecer o que parecia ser um conto de fadas. Imaginamos o ser humano como um átomo e traçamos a semelhança do homem com o átomo; descobrimos que ele atraía e mantinha dentro de sua esfera de influência a matéria de seus vários corpos: mental, emocional e físico, exatamente da mesma maneira como os eléctrons eram mantidos girando ao redor do seu ponto focal. A ideia provou ser ainda capaz de uma expansão posterior e voltamos nossa atenção para o planeta, imaginando-o semelhante, em sua natureza, ao átomo humano e ao último átomo de substância, nada mais sendo que a expressão de uma vida se manifestando através de uma forma esferoidal e elaborando um objetivo inteligente. Atingimos, então, nossa consumação e visualizamos o sistema solar como um átomo cósmico energisado pela vida do Logos.
 
 
Temos, por conseguinte, quatro tipos de átomo a considerar:
 
 
Primeiro, o átomo do químico e do físico.
Segundo, o átomo humano, ou o homem.
Terceiro, o átomo planetário, energisado por um Logos planetário, ou o Homem Celestial.
Quarto, o átomo solar, habitado pelo Logos Solar, ou a Divindade.
 
 
Se estivermos certos em nosso conceito fundamental, se houver uma partícula de realidade em nossa hipótese e se houver um substrato de verdade na ideia do átomo do qual os elementos se compõem, ele deve ser reconhecido como uma vida atuando inteligentemente por meio de uma forma. Talvez, então, se possa provar que o homem é também uma vida ou centro de energia se manifestando por meio de seus corpos; talvez se venha a demonstrar que um planeta também seja um meio de expressão de um centro de energia ainda maior e, posteriormente, de acordo com a lei da analogia, se possa provar, daqui há algum tempo, que existe um Deus ou vida central por trás da matéria, uma Entidade Que age conscientemente por meio do sistema solar.
 
 
Em nossa palestra anterior tomamos outra fase de manifestação. Estudamos o próprio átomo e o consideramos à medida que se relacionava com outros átomos e, através de sua coesão mútua, formava grupos de átomos. Em outras palavras, consideramos o átomo à medida que tomava formas diferentes nos vários reinos da natureza e descobrimos que, no processo de evolução, os próprios átomos giram na direção de outros maiores pontos centrais, transformando-se, por sua vez, em elétrons. Assim, cada forma nada mais é que um agregado de vidas menores.
 
 
A seguir mencionamos ligeiramente os diferentes reinos da natureza e traçamos o desenvolvimento da alma, ou psique, em todos eles. Já afirmamos que o átomo possui inteligência ou poder de discriminação e descobrimos que na formação dos reinos mineral, vegetal e animal, começa a aparecer o que entendemos por sensação, e temos aí os rudimentos, em embrião, da emoção, ou sentimento — o reflexo do amor no plano físico. Temos assim um aspecto da natureza tríplice de Deus, a inteligência aparecendo através do átomo; e através da forma temos a manifestação do amor, ou qualidade de atração. Isto também pode expressar-se no reconhecimento de que nestes dois aspectos da vida divina central temos a terceira pessoa da Trindade Logóica cooperando com a segunda; temos a atividade inteligente da divindade, ou o aspecto do Espírito Santo, colaborando com o segundo aspecto, ou Filho, Que é o con-trutor das formas. Isto é explicado de maneira interessante em Provérbios, VIII, onde a Sabedoria brada alto (Sabedoria, no Velho Testamento representando o aspecto do Cristo) e depois de mostrar que Ele estava com Deus, já antes da criação, continua dizendo que quando "Ele determinou os fundamentos da terra eu estava perto Dele como o trabalhador ou construtor chefe". Os estudantes fariam bem em estudar este capítulo em relação às ideias que estamos formulando aqui, tendo cuidado de verificar a tradução exata.
 
 
Vamos agora considerar nosso assunto de hoje, o da evolução do homem, o pensador. Veremos que penetra no homem outro aspecto da divindade. Browning, em "Paracelsus" aborda o assunto que estamos tratando, de maneira bastante interessante, resumindo-o assim:
 
 
"Assim Ele (Deus) habita em todos. Dos primeiros minutos da vida até o último. Do homem — a consumação deste esquema. Da existência, a complementação desta esfera da vida: cujos atributos haviam sido espalhadas — por aí, pelo mundo antes visível, pedindo que fossem unidas, pedaços indistintos que deveriam unir-se em algum todo maravilhoso, qualidades imperfeitas por toda a criação, sugerindo alguém ainda a ser criado, algum ponto onde todos aqueles raios espalhados se deveriam encontrar convergentes nas faculdades do homem. "
 
 
Portanto, tendo descoberto dois aspectos da divindade no átomo e na forma, encontraremos a triplicidade aperfeiçoada, no homem. Foi-nos dito que o homem foi feito à imagem de 83 Deus, e nós, por isso, esperamos vê-lo refletir a natureza tríplice do Logos. Ele deve demonstrar inteligência, expressar amor, manifestar vontade. Examinemos algumas das definições do homem encontradas no dicionário e em outros lugares. A definição encontrada no Standard Dictionary é profundamente desinteressante: O homem é "um indivíduo da raça humana", e a seguir segue-se uma longa lista de derivações sugestivas da palavra homem, discorrendo por cada língua conhecida e concluindo com a afirmação de que muitas delas são improváveis. A derivação que atribui a definição do homem à raiz sânscrita "man", aquele que pensa, é bastante satisfatória, na minha opinião. A Srª Besant dá uma definição excepcionalmente clara em um de seus livros: "O homem é aquele ser onde o espírito mais elevado e a matéria mais baixa se unem pela inteligência". O homem é aqui retratado como o ponto de encontro de todas as três linhas de evolução, espírito, matéria e o intelecto ligando-os; ele é considerado como aquele que unifica o ser, o não-ser e a relação entre eles, e é visto como o conhecedor, o que é conhecido, e conhecimento. Qual o propósito do intelecto ou do conhecimento? Certamente o de adaptar a forma material às necessidades e exigências do espírito que nele habita, certamente habilitar o pensador, dentro do corpo, a utilizá-lo inteligentemente e com algum propósito definido; e, certamente, ele existe a fim de que a unidade central energética possa controlar construtivamente seu aspecto negativo. Estamos, todos, entidades, animando uma forma e, através da inteligência, tentando utilizar aquela forma para um objetivo específico que existe dentro da vontade consciente do verdadeiro ser.
 
 
Em um velho livro ocultista — tão velho que sua data não pode ser precisada — encontra-se uma definição de homem que é muito esclarecedora e de acordo com o pensamento que estamos procurando desenvolver esta noite. Lá o homem é definido como "a vida e as vidas". Vimos que o átomo é uma vida se manifestando por meio da pequena esfera da qual ele é o centro. Vimos que todas as formas são uma reunião de vidas, formadas nos reinos mineral, vegetal e animal. Podemos agora passar à próxima etapa desta grandiosa escada evolutiva e então descobriremos que o ser humano é a sequência lógica que surge de todos esses desenvolvimentos anteriores. Primeiro, a matéria primordial, energia essencialmente inteligente; a seguir, a matéria atómica em toda sua atividade variada, formando uma combinação de elementos; depois a forma, a reunião destes átomos até o habitante dentro da forma, que é não só inteligência ativa, não só atração inerente e amor, mas também uma vontade objetiva. Este "morador interno" apoderou-se da forma quando ela havia alcançado um certo grau de preparação e quando as vidas componentes haviam alcançado uma certa capacidade vibratória; agora ele a está utilizando e repetindo, dentro de sua própria esfera de influência, o trabalho do átomo da matéria; todavia, ele aparece não de uma maneira, mas de duas, ou três. No homem, portanto, de fato e na verdade, temos o que os cristãos chamariam de "imagem de Deus". Porque - como deve ser claro para todos os pensadores - a única maneira de conhecer Deus é pelo estudo de Sua natureza, ou Sua qualidade psíquica. Sabemos que Deus é inteligência, sabemos que Ele é amor, ou a grande força atrativa do sistema solar, e sabemos que Ele é a grande vontade ou propósito por trás de toda manifestação. Em toda Escritura do mundo a Divindade é retratada sob estes três aspectos e se manifesta através da natureza desta maneira tríplice.
 
 
 
A evolução da substância é algo de crescimento gradual; é, em tempo, suplementada pela lenta elaboração da qualidade interna subjetiva da vida de Deus e, assim, Sua natureza essencial se revela. Primeiro, um aspecto é revelado, depois outro aparece vagarosamente e, finalmente, pode-se ver o terceiro e temos a extraordinária combinação e consumação, o ser humano. Este sintetiza e funde os três aspectos, unindo-os em si próprio. Ele é a totalidade dos atributos divinos, embora estes sejam ainda grandemente embrionários e ele tenha que repetir, dentro de seu ciclo de evolução, os processos idênticos que o próprio átomo seguiu. Do mesmo modo que o átomo segue seu próprio curso interno e mais tarde tem de ser levado a incorporar e fundir-se a outros átomos na formação de um grupo, também o átomo humano terá que encontrar, igualmente, seu lugar dentro de uma forma maior.
 
 
Portanto, estudemos um pouco qual o método do processo evolutivo para um ser humano. Vimos que, nele, três linhas convergem e que ele é um ponto de síntese, com um aspecto ainda predominante, o da inteligência, com o segundo aspecto da sabedoria, amor, já começando a fazer sentir sua presença e com o mais elevado aspecto da vontade espiritual ainda puramente embrionário.
 
 
Quase todos nós fomos criados na crença do que se chama "a queda do homem". Há poucas pessoas hoje em dia que crêem na história da queda como é descrita no terceiro capitulo do Gênesis, e a maioria a aceita como tendo uma interpretação alegórica. Qual a verdade oculta subjacente nesta história curiosa? Simplesmente que a verdade sobre a queda do espírito na matéria é transmitida por intermédio de um quadro à mentalidade infantil do homem. O processo da conversão destas linhas é duplo. Temos a descida da entidade na matéria, da vida central, e a encarnação do espírito, e, então, temos a elaboração, a partir da matéria, daquela vida ou espírito, mais tudo que tenha sido ganho pela utilização da forma. Pela experimentação com a matéria, pela habitação na forma, pela energização da substância, pela saída do Jardim do Éden (o lugar onde não há campo para o desenvolvimento necessário), e pelo vagar do Filho Prodígio no país distante, temos as várias etapas, mostradas na Bíblia cristã, pelas quais o homem faz a descoberta de que ele não é a forma, mas sim quem a utiliza. Ele é inteligência e, portanto, feito à imagem da terceira Pessoa da Trindade; ele é amor, e, através dele, o aspecto do amor da Divindade se manifestará algum dia perfeitamente e ele poderá dizer com seu Irmão mais velho o Cristo, em resposta à pergunta "Senhor, mostre-nos o Pai", que "aquele que me viu, viu o Pai", porque Deus é Amor; e finalmente, por meio dele, o aspecto superior, a vontade de Deus, se manifestará e ele será perfeito, do mesmo modo que seu Pai no céu é perfeito.
 
 
Do mesmo modo que puderam ser vistas três etapas na evolução da substância — a da energia atómica, a da coerência grupai e a da síntese final — também na evolução da vontade do homem aparece o mesmo. Teremos, nas primeiras etapas da evolução humana, aquilo que poderíamos chamar de etapa atómica, na qual o homem chega a um conhecimento 88 gradual de que é urna unidade auto-consciente, com individualidade toda sua. Qualquer pessoa que tenha criado crianças conhece bem esta etapa. Pode ser visto naquele balbucio constante de "meu, meu, meu", a etapa de apropriação para si, em nenhum pensamento para alguém mais. As crianças são natural, deliberada e sabiamente egoístas. É a etapa do reconhecimento gradual da existência separativista, e da utilização, pelo átomo humano, cada vez mais potentemente, de sua própria força atómica interna. O ser humano criança se rebela contra a tutela forçada daqueles que procuram protegê-la, e se considera auto-suficiente. Pode-se ver isto no indivíduo e na humanidade.
 
 
Então, à medida que a vida passa, o homem sai da etapa atómica para outra mais elevada e melhor, quando ele se torna consciente de suas relações grupais, e de que possui res-ponsabilidades grupais e que tem funções a realizar com outros átomos separados. A consciência grupai começa a se fazer sentir. Assim o átomo humano encontra seu lugar dentro do grupo — a unidade maior à qual pertence — e o aspecto amor começa a se evidenciar. O homem passa da etapa atómica para a da coesão grupal.
 
 
Mais tarde, chega a etapa em que o homem começa a compreender que não só tem responsabilidades em relação ao grupo, mas que existe algo ainda maior. Ele compreende que é parte de uma grande vida universal que subjaz a todos os grupos, que ele não é só um átomo universal, que ele não é só parte de um grupo, mas que, depois de fundir sua identidade na do grupo — embora não a perca —, o próprio grupo deve ser unido outra vez à consciência daquela grande Identidade Que é a síntese de tudo. Assim! ele alcança a etapa final de avaliação inteligente da unidade divina.
 
 
Esta ideia tríplice pode-se encontrar resumida na Bíblia numa expressão bastante interessante, onde Jeová diz a Moisés, o homem representativo, "Eu Sou o que Sou. " Se cindirmos este verso em suas três partes teremos o que estou tentando trazer à luz esta noite: Primeiro, a consciência atómica, EU SOU; depois o grupo, EU SOU O QUE; uma consciência de que ele não é só um indivíduo separado, não só uma unidade auto-centralizada, não só uma entidade auto-consciente, mas que ele é algo ainda maior. O homem alcança, então, o conhecimento que o levará a sacrificar sua identidade a serviço do grupo e a unir sua consciência à do grupo. Até agora, quase nada sabemos de tal união consciente. A esta se sucede a etapa ainda maior, quando "EU SOU O QUE EU SOU" for para nós, não um ideal impossível e um conceito visionário, mas sim uma realidade fundamental, quando o homem no grupo se reconhecer como uma expressão da vida universal e a própria  consciência grupai unir-se à do agregado de todos os grupos.
 
 
 
 
Supomos, e esperamos, que estejamos rapidamente ultrapassando a etapa atómica e que nossa esfera de influência e de interesse não fique presa pela nossa parede atômica, mas qne estejamos nos tornando (usando um termo agora familiar) radioativos. Quando for este o caso, não estaremos circunscritos e limitados dentro de nossas próprias conchas e dos confins estreitos de nossa própria vida individual, mas começaremos a irradiar e entrar em contato com outros átomos, alcançando, assim, o segundo estágio, o atrativo.
 
 
Portanto, qual o objetivo, a frente, para cada um de nós? Qual o objetivo para estes diferentes átomos com os quais estamos nos ocupando? Algumas das velhas Escrituras Orientais dizem que o objetivo para o átomo da substância é a consciência de si próprio. Qual é, pois, o objetivo para o átomo humano que já é auto-consciente, que já é individualizado e que se guia por sua vontade? Que existe além, para o homem? Simplesmente a expansão de sua consciência para incluir a consciência da grande vida, ou ser, em cujo corpo ele próprio é uma célula. Nosso corpo físico é, por exemplo, feito de incontáveis vidas menores, ou átomos, cada um deles separado de seu vizinho, cada um deles diferenciado por sua própria atividade inerente, e cada um formando uma esfera que mantém, dentro de sua periferia, outras esferas menores, ou elétrons. Vimos que o homem é a carga positiva e mantém sua multiplicidade de átomos, ou vidas menores, energisadas e conservando-se como formas através da coesão. Ao morrer, quando o aspecto espírito se retira, a forma se desintegra e se dissolve, e estas pequeninas vidas conscientes, tendo cumprido sua função, desaparecem. A consciência do átomo, dentro do corpo, é muito diferente da consciência do homem, e podemos ver isto sem pensar muito. Admitindo que o homem seja uma célula numa esfera maior, não será possível que haja uma consciência, que é para o homem o que sua consciência é para a célula de seu corpo? Não será possível que tenhamos à nossa frente a conquista daquela consciência, no mesmo sentido em que o átomo de substância possa algum dia alcançar a consciência de um ser humano? Não seria isto que Browning tinha em mente quando disse: 'Humanidade, feita de todos os homens simples; em tal síntese termina a história'. Aqui, ele nos apresenta um conceito de um Homem maior, que é a síntese ou totalidade de todas as entidades menores. Talvez aquela síntese possa ser a grande Vida, ou a Entidade planetária Que é a totalidade da consciência grupai. Eu sugiro que do mesmo modo que a auto-consciència é o objetivo para todas as formas sub-humanas de vida, e a consciência-grupal, ou consciência do Homem Celestial, é o objetivo para o ser humano, então deve haver também para ele um objetivo, que pode ser o desenvolvimento da consciência de Deus.
 
 
Conseqüentemente, o que vem para ele é a luta para desenvolver a conscientização, que é a dos Logos solar.
 
 
Podemos desse modo ver a unidade de consciência, desde o menor átomo até a Própria Divindade. Assim, abre-se diante de nós um quadro maravilhoso, cheio de possibilidades. Assim, a vida de Deus pode ser vista em sua manifestação tríplice essencial, desenvolvendo-se através de uma consciência em permanente expansão; demonstrando-se no átomo da substância, e se expandindo por intermédio da forma até encontrar um ponto culminante no homem, depois continuando seu curso até se apresentar como a consciência planetária, a qual é a soma de todos os estados de consciência sobre nosso planeta, a terra, até chegarmos à Vida básica fundamental Que sustenta todas as evoluções planetárias sintetizadas dentro de Sua esfera maior, o sistema solar. Resumindo, temos quatro estados de atividade inteligente, que poderíamos chamar de consciência, auto-consciência, consciência grupai e consciência de Deus. Elas se apresentam através de quatro tipos de átomo: primeiro, o átomo químico e todas as formas atómicas, 93 segundo, o átomo humano, depois, o átomo planetário, e, finalmente, o átomo solar, que abrange tudo. Animando estas formas atômicas podemos ver em manifestação todas as formas de vidas do tipo sub-humano, desde a vida do átomo da substância à via informativa dos animais maiores, depois a vida que chamamos humana, a do homem, o pensador; a seguir, o Homem Celestial e, depois, a grande Vida do sistema solar, a Quem o cristão chama de Deus, ou Logos.
 
 
Browning exprime esta ideia, de expansão gradual da consciência de um ser humano até algo maior e mais amplo, nas seguintes palavras:
 
 
"Quando toda a raça esteja aperfeiçoada tal como o homem, todos tenderam à humanidade. E, produzido o homem, tudo até então tem seu fim; mas no homem completo começa outra vez uma tendência para Deus. Prognósticos falaram da próxima chegada do homem; assim, no ego do homem despertam antecipações majestosas, símbolos, tipos sempre de um esplendor indistinto naquele círculo eterno que a vida busca.
 
 
Porque os homens começam a ultrapassar o limite de sua natureza, E a descobrir novas esperanças e cuidados que suplantam rapidamente suas próprias alegrias e tristezas; elas crescem muito Para credos limitados do certo e errado, que desaparecem Diante da sede incomensurável do bem; enquanto a paz Levanta-se neles cada vez mais. Tais homens estão ainda agora na terra Serenos no meio de criaturas meio formadas Que deveriam ser salvas por eles e unidas a eles".

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